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Produtos também procuram emprego

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Utilidade – a utilização proveitosa de algo; o serviço prestado por alguém ou algo; serventia.

Produtos e serviços são adquiridos pelo que podem fazer por nós.

Qualquer que seja o produto ele é contratado para prestar um serviço. Ou seja, produtos recebem empregos nos quais deverão cumprir seu papel que é o motivador da sua compra.

Theodore Levitt já mostrou em seu livro Imaginação de Marketing[1], que ninguém compra uma broca, mas o furo que a broca pode entregar. Na verdade se formos mais longe[2] também não é o furo que se deseja mas a utilidade do furo.

Furamos paredes, em geral, para fixarmos alguma coisa. Em resumo, contratamos o serviço de fixação e não estamos interessados nas brocas e nem nos furos.

Com isto em mente, os produtos ou serviços devem ser desenvolvidos com o foco nos seus Jobs.

Os produtos são contratados para fazerem um Job.

Para desenvolver um produto o fundamental é ter claro qual o Job o consumidor deseja ver realizado. O olhar deve estar no uso e não no produto.

O olhar deve estar no uso e não no produto

Para conseguirmos enxergar com clareza as utilidades de um produto a técnica que recomendo é a de definição das funções, que se dá pela composição de pequenas frases formadas por verbo e substantivos

Por exemplo, vamos ver algumas funções de um App como o Uber:

  • Achar passageiros para o dono do veículo
  • Achar motoristas para passageiros
  • Calcular o preço da viagem
  • Disponibilizar o meio de pagamento
  • Calcular o tempo de viagem
  • Apresentar o trajeto da viagem
  • Informar o cliente a hora da partida

As funções do App são várias e cada uma tem sua razão de existir, mas qual o Job que justifica o Uber?

O Uber tem dois Jobs. Simples assim

  1. Para o passageiro. “Levar do ponto A para o ponto B”.
  2. Para o motorista. “Trazer clientes para transportar”.

Observando a lista de funções vemos que as duas primeiras são as básicas do App: achar passageiros e achar motoristas. Elas são os Jobs To Be Done do Uber. As demais vão compor valor agregado aos Jobs básicos.

Criar um produto é uma atividade complexa pois deve levar em consideração muitas variáveis que tornam as decisões difíceis*. Porém se enxergamos claramente o Job To Be Done que os clientes desejam ver realizados, o foco fica muito bem definido.

Olhe para os produtos da sua empresa e verifique quais os Jobs que eles atendem. Compare entre os mais bem sucedidos no mercado e analise quem faz seu trabalho de maneira mais clara e perceptível para os consumidores. Não tenha paixões, seja frio nesta análise.

Os produtos vencedores são Eficientes, Eficazes e Efetivos. Fazem seu Job de forma clara e atendendo o que os consumidores desejam. Pense nisso.

*Para ajudar na tomada de decisões complexas o AHP é uma excelente ferramenta, se tiver interesse no assunto leia o artigo – “Aprenda um método simples para tomar decisões complexas

Referências

[1]        T. Levitt, Imaginação De Marketing. São Paulo: EDITORA ATLAS, 1990.

[2]        Kevin B. McGourty, The Innovator`s Playbook: Discovering and Transforming Great Ideas Into Breakthrough New Products. Oakland – CA, 2015.

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